Unbeer Sonata

 

Cristiane Bouger, Unbeer Sonata – Estudo n. 2. Performance realizada no 20MINUTOS.MOV no Guairacá Cultural na cidade de Curitiba, Brasil. Fevereiro de 2017. Fotografia de Alessandra Haro

 

Ao termo unbeer (descerveja/descervejar), atribuo o seguinte significado: ato de quebrar garrafas de cerveja, deixando-as cair ou atirando-as contra o chão ou determinado suporte, criando, dessa forma, uma “composição” a partir do som dos cacos de vidro e do líquido derramado. [1]

 

A performance Unbeer Sonata foi criada a partir do ato de “descervejar” (esvaziar as garrafas de cerveja, jogando-as contra o chão). Em Estudo n. 2, uma quantidade significativa de cacos de vidro e líquido resultaram da minha ação enquanto solista/performer, após a quebra de mais de 250 garrafas. A performance apresentou um tom combativo, mas também irônico, distante de qualquer leitura relacionada à histeria ou perda de controle. Em Unbeer Sonata, sou agente intermediadora entre a execução de uma sonoridade ríspida e a transformação do espaço topográfico, gerando desafios tangíveis que precisam ser superados para a continuidade da ação.

 

Contexto

Quando comecei a delinear e a reconhecer o conceito de Unbeer Sonata em 2010/2011, o impulso combativo que sustentava a partitura da performance mostrava-se nítido: a ação era uma resposta à objetificação do corpo feminino promovida e exaustivamente reiterada pelas campanhas publicitárias de cerveja no Brasil. Nas diversas propagandas que se impunham durante os intervalos comerciais da TV – apresentando narrativas que inferiorizavam as mulheres, nivelando-as à condição de mercadoria sob a falsa premissa de celebrar sua beleza–, não passava despercebido o fato de que muitas modelos e atrizes sustentavam tais narrativas ao se curvarem a tantos roteiros deselegantes, quando não degradantes. As campanhas às quais me refiro foram veiculadas no decorrer das décadas de 1980 e 1990, período da minha infância e adolescência [2].

Este contexto não representa, no entanto, um fenômeno cognitivo brasileiro, nem tampouco um fenômeno específico da época à qual me refiro. A condição feminina equiparada à mera condição de acessório do sexo masculino para o cumprimento de tudo o que lhe é funcional e/ou se faz objeto de seu desejo foi promovida em incontáveis campanhas publicitárias nos Estados Unidos durante o século XX, com extenso material disponível na web, em especial das décadas de 1930 a 1970 [3]. Essas campanhas espelham desde a reafirmação da cultura sexista da época até o confronto com o movimento de liberação sexual, mostrando como manter a mulher em seu devido lugar através de anúncios de sapatos e cigarros. Em países do Leste Europeu e da América Latina, informes publicitários de cerveja também contêm um imaginário semelhante às campanhas brasileiras no que se refere ao papel das mulheres como elemento sexual de persuasão.

A cervejaria Brahma foi uma das primeiras marcas no Brasil a vincular a imagem da sensualidade feminina em associação semiótica a seus produtos. Em seu anúncio da Cerveja Cavallera, de 1912, uma mulher aparece montada sobre uma enorme garrafa enquanto segura uma caneca de cerveja [4]. Notoriamente, em 2017, o website da cerveja Devassa apela para as seguintes adjetivações para os produtos da sua marca: Chope Devassa Loura Puro Malte, Chope Sarará, Chope Devassa Ruiva, Chope Devassa Negra e Chope Devassa Índia. 

O panorama publicitário da indústria cervejeira começou a passar por mudanças, ainda que lentas, quando, em 2008, o CONAR – Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária definiu, através do Anexo “P”, que regulamenta a publicidade de “Cervejas e Vinhos”, no item 3, letra “a”: “Eventuais apelos à sensualidade não constituirão o principal conteúdo da mensagem; modelos publicitários jamais serão tratados como objeto sexual. [5]” Contudo, uma mudança mais efetiva parece se dar apenas a partir da segunda década do século XXI, quando outros temas e narrativas passam a figurar com maior frequência nos roteiros das propagandas de cerveja. 

Ainda assim, em 2010/2011, a agência Brasil Kirin veiculou a campanha impressa para a cerveja Devassa Tropical Dark, na qual trazia a ilustração de uma mulher negra, lânguida e sensual, com o seguinte slogan: “É pelo corpo que se reconhece a verdadeira negra.” No Carnaval de 2015, a Skol foi obrigada a modificar a campanha “Viva RedONdo”, veiculada em São Paulo através de outdoors que traziam os slogans “Esqueci o não em casa” e “Topo antes de saber a pergunta”. A publicitária e ilustradora Pri Ferrari e a jornalista Mila Alves expressaram indignação com a campanha acrescentando ao outdoor, com fita isolante, a frase: “E Trouxe o NUNCA.” Após manifestações de repúdio à campanha se espalharem nas redes sociais, a Skol retirou os anúncios de circulação.

Concebida para responder a essa cultura publicitária, Unbeer Sonata foi inicialmente pensada para ser uma performance para vídeo e mídia impressa, com sete performers realizando simultaneamente o ato de descervejar. O ambiente imaginado para a ação era uma fábrica ou galpão industrial abandonado. Risco, permanência, acúmulo e transformação – tanto do ambiente quanto da performer – eram palavras norteadoras no roteiro. Os performers usariam roupas que trariam um tom sensual, mas não menos combativo e irônico, com influências do pós-punk. Todos os performers – homens e mulheres – executariam a sonata utilizando salto alto.

 

Estudo n. 1

 

Cristiane Bouger, Un-Beer Sonata – Estudo n. 1. Performance realizada na Fabrica de Pensule na cidade de Cluj-Napoca, Romênia. Maio de 2011. Fotografia de Levi Gonzalez

 

O primeiro estudo [6] para Unbeer Sonata ocorreu em 2011 em Cluj-Napoca, Romênia, quase que de maneira incidental. Minha programação era apresentar um processo de trabalho para a performance Hunger Disabilities (Inaptidões da Fome), como parte da residência Moving Dialogue – A Bucharest/New York Dance Exchange [7]. Ao visitar o lugar para a apresentação do trabalho, dentro da Fabrica de Pensule [8], percebi que no pátio externo havia um número suficiente de engradados de cerveja e uma composição visual muito semelhante ao ambiente que eu havia originalmente imaginado para a realização de Unbeer Sonata.

Naquele momento decidi realizar o primeiro estudo deste trabalho como introdução a Inaptidões da Fome, mesmo não havendo nenhuma relação direta entre as duas performances. Sua duração deve ter sido de aproximadamente sete minutos. Nesse estudo foram quebradas não mais do que dez garrafas de cerveja de marcas romenas.

 

Estudo n. 2

 

A forma da sonata enfatiza o conflito ao invés da continuidade, derivando, por fim, o seu impacto da força explosiva da organização tonal. — Bernard Jacobson [9]

 

Unbeer Sonata, como o próprio título revela, tem no aspecto sonoro o seu eixo fundamental. Em Estudo n. 2 [10], meu ponto de partida foi pesquisar a estrutura formal de uma sonata para que eu pudesse formular a partitura da minha ação. Nesse sentido, o uso do termo sonata deixaria de ser apenas uma ironia usada para referir-me à garrafa como instrumento musical para a execução de uma sonoridade agressiva (uma “sonata para garrafas” em vez de uma “sonata para violinos”), e passaria a ter uma relação mais direta com a partitura de ação da performance [11].

 

sonata form

 

A partir do artigo de Bernard Jacobson [12], no qual o autor discorre sobre a estrutura formal elementar da sonata, fundamentei a minha ação e sua evolução temporal em partes análogas à sua estrutura musical: Introdução, Exposição, Desenvolvimento, Recapitulação e Coda.

Com um tempo de duração alongado, no decorrer do qual eu quebraria uma média de 250 garrafas, seria possível executar variações de dinâmica, perceber as variações no som de cada garrafa e o impacto do trabalho sobre o meu corpo. Somente dessa forma eu poderia também avaliar a viabilidade e o grau de risco físico ao qual eu iria submeter outros performers que aceitassem realizar essa ação em vídeo.

A composição de uma sonata geralmente apresenta um conflito no início de sua partitura, o qual é solucionado no decorrer da peça musical. Unbeer Sonata não apresenta um conflito ou narrativa, além do que eu poderia chamar vagamente de narrativa espectral, a qual englobaria todos os comerciais de cerveja já assistidos pelos observadores da ação. A ação existe como resposta e comentário crítico às narrativas dadas pelas campanhas publicitárias. Posso entender que essa narrativa espectral deflagra a potência da (re)ação em Unbeer Sonata e a faz existir como anticampanha. A apreensão referencial por parte dos observadores será possivelmente modulada de acordo com a faixa etária na qual se encontram e com o repertório que possuem sobre o objeto que critico.

Unbeer Sonata parte da insistência exaustiva de um corpo feminino exercendo controle sobre uma única ação — a de quebrar garrafas de cerveja. Contudo, a ação supõe o controle sobre as microvariações e decisões implícitas a cada atualização desse ato: a decisão sobre o gesto que manipula a quebra; a escolha do ângulo em que solto a garrafa no ar; a marca de cerveja a ser quebrada; a distância da qual a garrafa é atirada ao chão; o tamanho da garrafa a ser quebrada, influenciando o perímetro de alcance dos cacos de vidro no espaço; a aproximação ou não dos observadores, e assim por diante.

 

Cristiane Bouger, Unbeer Sonata – Estudo n. 2. Performance realizada no 20MINUTOS.MOV no Guairacá Cultural na cidade de Curitiba, Brasil. Fevereiro de 2017. Fotografia de Alessandra Haro

 

Da perspectiva da vestimenta, optei por algo que estivesse mais próximo de uma roupa para concerto, enfatizando a atenção na execução sonora.

Alguns pontos que foram relevantes na partitura da ação:

 

(1) Introdução: os observadores recebem os óculos de proteção e entram no espaço, no qual já estou presente.

(2) Exposição: Definição da tônica e dominante a partir do tamanho das garrafas (Tônica = 600ml; dominante = 250ml; Subdominante = longneck). Considerar, portanto, as variações na partitura a partir dos diversos tamanhos das garrafas e suas variações na criação do som.

(3) Considerar a expectativa da primeira quebra, que se inicia com a tônica (a primeira garrafa a ser quebrada é de 600ml).

(4) Incorporar o silêncio como parte da composição. O silêncio contorna o “entre” da ação e das decisões que antecedem cada quebra e a expectativa construída sobre a mesma.

(5) Entender a geografia da minha estrutura: a paisagem estabelecida com os engradados; as distâncias; as modificações na topografia; e como os sapatos de salto exigirão maior equilíbrio no chão repleto de cacos de vidro e líquido.

(6) Considerar a possibilidade de cortes com os estilhaços das garrafas ou de uma queda, incorporando tais situações à partitura. Na ocorrência de uma situação ou outra, devo fazer os curativos dentro do espaço performático e, uma vez que estes sejam finalizados, devo retomar à ação.

(7) Desenvolvimento: o tempo durante a performance no qual os efeitos de som – manipulação na equalização e volume dos microfones, reverberação ou efeitos –, assim como o roteiro de luz, podem sofrer variações com maior liberdade. Na ação, utilizar maior dinâmica na quebra das garrafas.

(8) Recapitulação: Retomar a dinâmica da Exposição, com pequenas variações.

(9) Coda: O espaço, agora silencioso, é esvaziado da presença e ação performáticas, permanecendo apenas o blueprint dos acontecimentos com todo o acúmulo de cacos de vidro e líquido no chão. O espaço contém, paradoxalmente, a presença da performer materializada na topografia, a qual reverbera o resultado da sua ação.

 

Som, Corpo e Topografia

Enquanto a persistência da ação retoma a violência simbólica dos comerciais de TV, a sonata se materializa através da constante atualização da topografia do espaço, gerando um ambiente de risco pelo acúmulo dos cacos de vidro e do líquido derramado no chão. A utilização do sapato de salto alto potencializa tanto o aspecto feminino quanto o risco da queda, exigindo atenção e equilíbrio em um constante estado de presença. Isso porque uma queda, embora possível e até provável, acarretaria em cortes no meu corpo, tornando a ação aberta para leituras de martírio ou até vitimização, o que não condiria com o tom que evoco no meu trabalho. No espaço de Unbeer Sonata o corpo precisa vencer a topografia, a qual é atualizada pela ação decorrente desse mesmo corpo.

A partitura proposta em Unbeer Sonata estabelece camadas de experiências sensoriais e tangíveis ao observador/senciente. A primeira relação que o trabalho estabelece com o mesmo, é a informação de que a performance em questão envolve risco, e que, embora este seja calculado, a responsabilidade do participante em utilizar os óculos de proteção e permanecer fora da distância delimitada do espaço performático configuram parte do pacto que o protegerá dos cacos e estilhaços de vidro.

Durante todo o trabalho utilizo óculos de proteção idênticos aos que distribuí aos observadores. Embora o uso do adereço tenha um caráter funcional, o mesmo elemento serve também de elo entre a performer e o público, enfatizando o fato de vivenciarmos um mesmo espaço para compartilhar uma experiência comum.

O ato de descervejar deflagra os inputs sonoros, visuais e olfativos da experiência. Na mesma proporção em que a topografia do espaço é alterada, o cheiro de cerveja derramada se intensifica. Dessa maneira, o visível, o audível, o olfativo e o tangível estão em constante operação e atualização em Unbeer Sonata. O paladar é o único sentido negligenciado àqueles que participam da experiência do trabalho, já que o ato de descervejar não comporta a degustação da cerveja. E embora a partilha não se dê pela via da celebração, percebo que o estado de comunhão com o público ocorre pela tensão que a partitura da ação provoca. Essa tensão retroalimenta a potência do trabalho, sustentando o meu grau de atenção e controle sobre a ação.

 

Alteração da Percepção Temporal

A partitura inicial do trabalho previa uma duração que poderia se estender de 30 a 45 minutos, durante os quais eu quebraria entre 250 e 300 garrafas de cerveja. Dentro dessa estimativa, de seis a dez garrafas seriam quebradas por minuto, de acordo com as variações de dinâmica da partitura.

Contudo, o Estudo n. 2 se estendeu por 1 hora e 10 minutos, extrapolando significativamente minha ideia sobre o tempo da ação. As marcações de luz orientavam a passagem de um estágio a outro do trabalho (Introdução, Exposição, Desenvolvimento etc.). No entanto, a atenção intensificada na ação parece ter alterado a minha percepção sobre a passagem do tempo, fazendo com que eu falhasse em perceber as marcações. O acúmulo de cacos de vidro e líquido no chão atualizavam o deslocamento com um input constante, tornando o movimento mais prudente. A estrutura da minha partitura, em parte, se diluiu, e as marcações de luz e som passaram a ser improvisadas à medida que a minha ação se estendia.

Outro contraste entre as decisões tomadas na minha partitura e a realidade concreta da ação foi verificado com a impossibilidade de eu seguir as marcações e variações de dinâmica na quebra das garrafas. Desde o início da performance percebi que uma variação mais intensa na dinâmica, força e angulação, projetariam os cacos de vidro para fora do perímetro calculado, o que colocaria os observadores em um grau de risco provável. Dessa forma, optei, durante a performance, por abandonar algumas marcações.

O entendimento sobre a partitura de Unbeer Sonata depende, em última instância, de sua execução. Logo após o término do Estudo n. 2 decidi que qualquer recriação desse trabalho será uma recriação solo. Apesar de eu ter parado apenas duas vezes durante a performance para fazer curativos em pequenos cortes, a quantidade de estilhaços que ficou impregnada na minha calça, assim como o número de cortes por toda a extensão da sola dos meus sapatos, possibilitaram um mapeamento mais preciso acerca do risco que a ação implica a quem a performa. Percepção esta que se faz menos clara durante a ação executada em um estado potencializado de presença.

 

 

NOTAS

[1] Segundo o TheFreeDictionary.com: un (1) – prefixo que significa “não”, usado livremente como um formativo no inglês, dando a negativa ou força oposta nos adjetivos e seus advérbios e substantivos derivados (unfair; unfairly; unfairness; unfelt; unseen; unfitting; unformed; unheard-of; ungetatable), e menos livremente utilizado em alguns outros substantivos (unrest; unemployment). un (2) – prefixo usado livremente no inglês para formar verbos expressando o reverso de alguma ação ou estado, ou remoção, desprivação, liberação etc. (unbend; uncock; unfasten etc.), ou para intensificar a força de um verbo que já possui tal significado (unloose).

No português, os prefixos correspondentes são “des” (qualificado; desqualificado) ou “in” (voluntário; involuntário). Minha escolha pela palavra unbeer implica em uma negação ao poder simbólico das campanhas publicitárias de cerveja no que se refere à objetificação do corpo feminino, subentendendo as mulheres como produto de consumo.

[2] Ainda que o público masculino fosse o alvo almejado por estas campanhas — e não me importa que as mulheres passem a sê-lo —, a inferiorização intelectual e a objetificação do corpo feminino nestas narrativas acabavam por sugerir, talvez sob a égide do humor, um comportamento também retardatário e superficial por parte dos homens.

[3] Ironicamente, nos Estados Unidos o primeiro anúncio a fazer uso de apelo sexual para vender um produto foi criado por uma mulher em 1911. Helen Lansdowne Resor é tida, por alguns, como a primeira mulher a ocupar a posição de copywriter no mundo. Sua campanha para a marca de sabonetes Woodbury’s Facial Soap chamava-se “A Skin You Love to Touch” (Uma Pele que Você Ama Tocar). Para mais informações, acesse “History of Advertising n. 87: The First Ad With Sex Appeal”, Campaign Magazine, 16 de janeiro de 2014. Ver em: <http://www.campaignlive.co.uk/article/history-advertising-no-87-first-ad-sex-appeal/1226933>. Acesso em 4 de junho de 2017.

[4] Naiane Quirino de Biazi, Cerveja e Consumo: Análise de Gênero na Comunicação Visual da marca Brahma. Dissertação de Iniciação Científica pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Bauru, 2013.

[5] Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária Código e Anexos – CONAR. Ver em: <http://www.conar.org.br/codigo/codigo.php>. Acesso em 4 de junho de 2017.

[6] Originalmente Un-Beer Sonata, enfatizando a negação do substantivo beer (cerveja). Ao retomar o estudo, entendi que a sonata deveria se chamar Unbeer, passando a ser um termo cujo sentido incorpora a ação de quebrar as garrafas, tendo, portanto, a potência de um verbo.

[7] Moving Dialogue foi uma iniciativa organizada pelas instituições: Romanian Cultural Institute in New York; Centro Nacional de Dança de Bucareste; Fundação Gabriela Tudor (Bucareste); Movement Research; e Dance Theater Workshop (Nova York). A fase final do intercâmbio recebeu patrocínio do Romanian Cultural Institute e o apoio do Trust for Mutual Understanding.

[8] A Fabrica de Pensule, originalmente uma fábrica de pincéis em Cluj, foi ocupada coletivamente por estúdios de artistas e transformada em espaço cultural em 2009.

[9] Bernard Jacobson, Sonata Form”. Encyclopædia Britannica. No original, em inglês, lê-se: “sonata form emphasizes conflict instead of continuity, ultimately deriving its impact from the explosive power of tonal organization.” Ver em: <https://www.britannica.com/art/sonata-form>. Acesso em 4 de junho de 2017.

[10] A performance Unbeer Sonata, Estudo n. 2 foi apresentada no dia 23 de fevereiro no Guairacá Cultural, em Curitiba/Brasil. A apresentação desse trabalho integrou o programa 20MINUTOS.MOV, realizado por Cândida Monte e pelo espaço La Bamba, com o apoio do programa Rumos Itaú Cultural. Em Estudo n. 2, contei com a produção de Cândida Monte e Wellington Guitti e com a colaboração de Victor Sabbag (Iluminação), Fábio Antunes (Técnica) e Jo Mistinguett (Som), além do registro fotográfico de Alessandra Haro. A realização de Unbeer Sonata, Estudo n. 2 não seria possível sem o convite de Cândida Monte para minha participação como artista convidada do programa 20MINUTOS.MOV.

[11] Devo aqui mencionar o artista Benjamin Patterson (1934–2016), cujo trabalho tive o prazer de conhecer em 2013, quando escrevi sobre o seu concerto-retrospectiva Benjamin Patterson – A Retrospective Concert, para a Performa Magazine. Patterson esteve entre os primeiros integrantes do Fluxus. Através do que denomina action as composition, Patterson se apropria do som produzido por ações cotidianas para compor a partitura de seus trabalhos e peças musicais. Olhando em retrospectiva, percebo que o trabalho de Patterson foi uma influência na formulação da partitura de Unbeer Sonata, Estudo n. 2.

[12] Bernard Jacobson, op. cit.

 

 

Cristiane Bouger é performer e escritora. Vive e trabalha em Nova York desde 2006. Site da artista: www.cristianebouger.com

 

PARA CITAR ESTE TEXTO

BOUGER, Cristiane. “Unbeer Sonata”. eRevista Performatus, Inhumas, ano 5, n. 18, jul. 2017. ISSN: 2316-8102.

 

Revisão ortográfica de Marcio Honorio de Godoy

Edição de Da Mata

© 2017 eRevista Performatus e a autora

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