A Cidade Apresenta Suas Armas: O Artista Como Agente Político Na Cidade

 

[Nos vértices de cada esquina, na polifonia da urbe, nas avenidas engarrafadas de solidão e enxofre, no vazio dos terrenos baldios e/ou manifestando-se contra os discursos e intervenções pífias dos governantes, aparece o artista; seu corpo, sua tinta, sua palavra; sua obra a potencializar cimentos e redes de sociabilidade: trata-se de potências].

 

A narrativa presente no texto dialoga e se debruça sobre a permeabilidade do corpo no espaço público, mediada pela produção estética por meio da obra Tetralogia Cidade: ações do corpo no espaço urbano.

O projeto foi realizado com a participação de 13 jovens entre 18 e 29 anos de seis cidades do estado do Rio de Janeiro: Macaé, Rio das Ostras, Cabo Frio, São Gonçalo, Niterói e Rio de Janeiro. A culminância da investigação foi apresentada em quatro atos, realizados nos dias 24 e 25 de maio de 2013 [1].

Compreende-se, num primeiro momento, que aquilo que está por detrás dessa reação proxêmica (MAFFESOLI, 2002), com velocidade distinta e adesão instantânea (dentro e fora do país), estrutura-se a partir de um dispositivo de comunicabilidade diferenciado, virtuoso e virtual; campo específico do saber que, por sua vez, se articula com um código imagético capaz de compor outra sensorialidade e reciprocidade entre os corpos. Corpos que gritam, que se tatuam, que quebram e se quebram, que se expressam na ruptura da paralisia de ontem, rompendo com o silêncio ao desfrute do status de voz; talvez mais “berro” do que voz. No caos e na política que ora passam a fazer parte dessa atitude proxêmica, carregam e são consequentemente carregados pelo ideal de transformação plena. Porém, como artistas, preocupam-se mais com as semióticas, a polissemia do gesto e do movimento e com as sensações do que propriamente com os sentidos.

A pesquisa foi realizada em nove meses (de setembro de 2012 a maio de 2013) pelo método etnográfico, prevalecendo-se da observação participante. Além dos diários de comportamento (compostos por anotações, pensamentos, poesias, gráficos e símbolos), também se fizeram presentes os recursos audiovisuais e a troca de informações no campo da virtualidade, por meio de redes sociais e canais restritos de comunicação.

Treze jovens, sendo apenas três do sexo feminino, participaram do processo de pesquisa e composição. Além dos encontros semanais em cada cidade, os participantes da pesquisa se encontravam uma vez por mês para as “residências artísticas”, ocorridas no âmbito da Praça XV, na cidade do Rio de Janeiro.

 

Aproximações sobre o tema e a obra 

 

As possibilidades de subversão aos sistemas dominantes e os paradigmas estéticos de ditadura do corpo, a percepção/produção de um redesign urbano, a valorização da diversidade cultural, o acesso aos bens culturais e simbólicos presentes na cidade, e, por que não dizer, a construção de outra cidade são aspectos motivadores na construção da obra Tetralogia Cidade. Mas, para isso, antes foi necessário reconhecer e fomentar os potenciais de elaboração/reelaboração de configurações estéticas no plano da criação e da investigação de territórios urbanos, bem como identificar possibilidades alternativas de criação no espaço urbano, na elaboração de estratégias de ocupação da cidade como lugar privilegiado da ação do artista, no contato com a arquitetura e seus entornos (memória, história, conflitos e diversidade, etc.). Por fim, desenvolver intercâmbio com jovens de seis municípios do estado do Rio, privilegiando a descentralização do campo das artes, o acesso a bens culturais e simbólicos, contribuindo na formação de redes e implementação de políticas públicas para jovens pesquisadores por meio de incentivos à profissionalização e elaboração de currículo.

Vivo, inteiramente vivo, o espaço público apareceu outra vez como campo de conflitos, espelho da criação e locus da resistência no enfrentamento das barreiras burocráticas e penais que estruturam a fobia e a militarização do espaço urbano. Hardt & Negri (2005), numa espécie de leitura de Michel Foucault, tratam a questão a partir de um novo paradigma de poder que rege as sociedades de massa – o biopoder. Nesta interpretação do filósofo, a sociedade de controle rompe com a sociedade disciplinar, ganhando força no corpo coletivo e postulando dinâmicas de comando mais democráticas e descentralizadas; ou seja, mais imanentes ao campo social. A vida social passa, então, a ser regulada por dentro, pois é ativada constantemente pelo próprio desejo dos indivíduos; estaríamos, desse modo, diante da constituição de uma grande “comunidade emocional”, em oposição ao modelo de organização racional típico da sociedade moderna. O paradigma disciplinar vai sendo gradativamente substituído, dando vazão a uma outra hegemonia que vem deslocar a centralidade do Estado, configurando um novo arranjo de poder, no qual os movimentos sociais ganham expressão como novos atores políticos.

Entra em cena o contexto biopolítico, no qual o corpo, em suas distintas abordagens (biológico, somático, físico), se transforma num instrumento de poder e cerne da reforma das estruturas sociais. Nesta direção, nos aproximaríamos não necessariamente de uma política de identidade (de classe e cultura), mas, efetivamente, de uma política de diferença (HALL, 2004). Política esta governada por uma multidão prestes a devorar o Estado e sua obsolescência ou paisagem social, questionando-o e enfrentando tais poderes na formulação de outros debates sobre o reconhecimento e fomento às novas gramáticas políticas, situadas na contemporaneidade (AZEVEDO, 2006).

 

A R.U.A.

 

É sobre esse palco, genuinamente a própria R.U.A. (Resistência na Urbe pelos Artistas), que versa o debate sobre os jovens em movimento com a cidade.

 

Há uma distância entre passar pela praça e estar na praça. Estar na praça não significa ser a praça, ou melhor, ser com a praça. Busquei olhar para a praça com seus substantivos e pronomes de construção da realidade. Neste sentido olhar o espaço foi uma busca pelos cantos e contos de repúdio e atração de todos os lugares deste espaço.

Jéssica Felippe (23), Praça JK, Niterói, 28 de novembro de 2012 (período noturno)

 

A composição da obra foi avançando junto com a pesquisa, portanto, não havia nada tão fechado como produto estético a ponto de as experiências somente servirem como peças de encaixe ou de reposição. O olhar, sobretudo, a maneira de olhar a cidade e tudo aquilo que a compõe, foi se transformando pouco a pouco. Esse amadurecimento acompanhado de uma rigidez no que se refere aos registros, bem como a espontaneidade dos diálogos constantes permitiram que o resultado tivesse êxito.

A obra foi composta em quatro atos distintos, assim indicados: um primeiro pas-de-deux com a característica de “interferência”; um segundo pas-de-deux com a inteligibilidade corpórea de um “jogo de movimentos”; seguidos de uma coreografia de grupo e finalmente um trabalho solo que mais se assemelha à comunicação de um “teatro físico” ou uma performance propriamente dita.

 

A Unidade Simbólica Da Obra

 

Encontrar uma linha que costurasse tantas narrativas, enredos e corpos não foi nem é uma tarefa nada simples. Por outro lado, as próprias dificuldades que fizeram parte do processo contribuíram para o entendimento desse liame. Um rolo de fita-crepe (de cores diferentes), ou seja, um material descartável e de baixo orçamento, foi o suficiente para o processo criativo. Todavia, o uso em cada parte desta mesma fita produzia encontros e significações diferenciadas. Na primeira parte, “Metáfora do confronto”, a fita serviu para traçar uma linha de separação, analisando os motivos de afastamento e encontros das relações sociais e afetivas. Na segunda parte, “Quase uma lágrima, a fita colada na boca pretendeu silenciar. Na terceira parte, “Se queres ser universal, começa por dançar sua aldeia”, pretendeu territorializar, demarcar. E na quarta e última parte, “Carne e pedra”, serviu para unir, juntar, agrupar elementos e afetos.

 

A obra detalhada e a fundamentação teórica

 

Parte 1: Metáfora do confronto

 

1ª parte da obra: Metáfora do confronto. MESQUITA, 2013

 

Vislumbrando um espaço de tensão na cidade; qualquer espaço, qualquer cidade, a interferência dialoga com pontos orgânicos de uma dada teia urbana, quando o corpo ocupa um lugar de mediação. Interrogando os hiatos das relações afetivas, do sensorial, da pele, do toque, os intérpretes conduzem a experiência, furtando encontros entre aqueles que se predispõem a (re)colocar o gesto, o movimento, o olhar como canal de comunicação entre si.

Deste modo a provocação se faz sobre este texto: não importará em que lugar, eis o corpo. Não importará em que lugar o corpo dança. O que, de fato, importará é mobilizar este corpo em algum lugar ou o próprio lugar.

A obra A metrópole e a vida mental, de Georg Simmel (1987), serviu como uma das leituras fundamentais para compreensão do contraste entre cultura objetiva e subjetiva e as possibilidades de indagação à “atitude blasé”, isto é, a normalização (sobretudo das crianças) diante das grandes transformações sociais, em que a cultura econômica (moderna, do dinheiro) teria matematicalizado a natureza (humana). A mesma crítica de Nietzsche.

 

Parte 2: Quase uma lágrima

 

2ª parte da obra: Quase uma lágrima. MESQUITA, 2013

 

Quais corpos pesam mais que outros e por que uns pesam mais que outros?

Tal questão em epígrafe é a pergunta que serve de pilotis à investigação. Nesta parte, intensifica-se o diálogo sobre os “corpos abjetos” (BUTLER, 2010), por sua vez tencionando a compreensão da pergunta acima e sua respectiva polarização – visibilidade e anonimato. Trata-se dos valores diferenciados dados às pessoas por meio dos acessos decorrentes da economia dos corpos (FOUCAULT, 1977) e a graduação sobre os mesmos – o princípio ativo da exclusão, ou melhor dizendo, da hierarquia do acesso e do afeto. Do outro lado, o “quase” contido no título da obra chama a atenção para o processo de naturalização/banalização do que se sente frente a esta exclusão. Ontem chorávamos, hoje quase, amanhã…

O que se deve ver? O que se pode falar? O que se permite sentir? O que pode, ainda, brotar desse solo encharcado de violência?

 

Parte 3: Se queres ser universal, começa por dançar sua aldeia

 

3ª parte da obra: Se queres ser universal, começa por dançar sua aldeia. MESQUITA, 2013

 

A condominização do corpo, o loteamento da alma e o metro quadrado do espírito conduzem o princípio da investigação.

A pesar de o título fazer referência explícita à célebre frase de Liev Tolstói, “Se queres ser universal começa por pintar sua aldeia”, no que concerne à proximidade com a natureza e sua própria história, é na documentação/ocupação dos territórios de cultura que a performance se faz presente. Problematizando a “casa“, o “privado” e o “público”, a gestão do espaço-tempo das cidades e seu controle sobre os corpos entram em crise.

Diferentemente das demais partes em que se faz intenso o uso da literatura, das ciências sociais ou da filosofia como fontes de pesquisa, nessa parte o cinema foi a principal referência, mais propriamente o ilustre filme O som ao redor, do pernambucano Kleber M. Filho (2012), vale dizer, um novo cinema.

O desafio de “Se queres ser universal…” estava e continua estando em problematizar a seguinte questão: o que são os mecanismos de distinção na geografia das cidades, senão a operação constante de controle sobre os corpos que a habitam?

 

Parte 4: Carne e pedra

 

4ª parte da obra: Carne e pedra. MESQUITA, 2013

 

De título homônimo à obra de Richard Sennett (2006), “Carne e pedra” pretende retomar a sensorialidade que caiu em declínio com o aparecimento da vida moderna, que pode ser uma tarefa tão árdua quanto reescrever a história da cidade mediante a experiência corporal.

Corpo e espaço; mercado e religião; imagem; sangue. Eis as motivações presentes neste balé solo, isto é, reativar a experiência humana além da conjugação passiva corpo-espaço, projetando o choque entre essas potências – o corpo sentindo a cidade, por sua vez a cidade mobilizando o corpo como agente. Em cena, outra vez; um corpo político que dança.

 

As principais dificuldades da pesquisa

 

Quatro dificuldades devem ser compreendidas no processo e na apresentação do produto:

a) Participação do sexo feminino – um número significativamente menor de pessoas do sexo feminino esteve presente ao desenrolar da pesquisa. Os principais motivos foram a realização da maioria dos ensaios noturnos. Com todo o pânico social (parte mito, parte fato) da violência, houve evidência de maior receio por parte das pessoas de sexo feminino em seguir no processo.

b) Recursos financeiros – na realização da pesquisa, os jovens pesquisadores receberam bolsas e também custeio de despesas com deslocamento. Porém, esses valores foram escassos e simbólicos, tendo como único financiador a Cia. Gente.

c) Postagem nos canais restritos e descrição – nos dois primeiros meses, os jovens, em sua maioria, apresentaram dificuldades em realizar as postagens dos vídeos e descrevê-los nos canais restritos de visualização. Eles alegaram o não entendimento dos software de envio para postagens de grandes tamanhos. Com a participação de técnicos voluntários, essa dificuldade foi sanada.

d) Alvará – o uso do espaço público dentro da experiência criativa sempre gera outro campo de visibilidade sobre o corpo. Por um lado, tal visibilidade permeia um canal de curiosidade, por outro expõe esse corpo à determinadas formas de represssão. Dito de outra forma, paredes podem estar imundas e ninguém liga, mas quando um dançarino projeta nela um de seus pés como apoio para uma manobra, a parede passa a ser notada para se tornar motivo de repressão. Outras vezes, os próprios agentes da repressão em cidades diferentes questionavam e até se interessavam pelo que faziam os jovens, mas também se aproximavam de modo mais rude pretendendo revistas. A maior tensão, de fato, se deu no dia 25 de maio na Praça XV, pois havia um documento da Prefeitura da Cidade do Rio que estabelecia que, a partir desse dia, não estariam autorizadas atividades nos espaços urbanos, por conta da Lei da Copa. Mas felizmente tudo transcorreu sem barreiras.

 

Os resultados

 

Os principais resultados da pesquisa até o momento foram: a composição/apresentação da obra Tetralogia Cidade, de 1h e 35 minutos; a criação da videodança 2 corpos, 1 espaço, realizado por protagonistas da pesquisa; a realização da interferência Eu não aceito, baseado no texto homônimo do antropólogo Roberto Da Matta, e o arquivo digital de mais de cem vídeos das investigações.

 

As próximas ações

 

Outros resultados estão previstos para ser realizados e exibidos entre os anos de 2013 e 2014, sendo eles: o filme Verve, um corpo na cidade; a coletânea de videodanças Cidade em 4D e a exposição de fotos e livro de mesmo título Ações do corpo no espaço urbano. À parte os trabalhos, estão sendo convidados para encontros, circuitos e festivais, como a Bienal SESC de Dança de Santos/SP e o Encontro Nacional de Teatro de Rua de Angra dos Reis/RJ. Todos esses resultados mostram que parte do objetivo de profissionalização e elaboração curricular vem sendo alcançado.

 

Conclusões 

 

A experiência observada e vivida mostra que há uma legitimidade em fazer política como ato fundador, próprio da existência do ser humano. Compreendendo a rua (o espaço público) como campo privilegiado de conflitos, pensamos que adotar práticas que reivindiquem a vida e o uso do direito de se expressar como possibilidades de agir no trânsito da liberdade e do desejo de transformação. Uma das formas que melhor apreendem essas ações é aquela oriunda da experiência artística.

Inscritos na categoria “mundo de artes” (BECKER, 1977), esses atores sociais produzem uma lógica interna de gestão que se choca com os pressupostos da modernidade. Reconectam o que esse paradigma deixou de fora com a égide da racionalidade – a emoção, a mística do mistério, o simbólico e a sensibilidade –, embora esteja fora o arcaico amplificado pelas facilidades da tecnologia. O que está por detrás desse movimento é a lógica da paixão, prevalecendo muito menos a inteligência propriamente dita do que a sensação. A “comunidade emocional” pós-moderna está ativa e o movimento está no verbo representado pelo corpo – via de catarse e expressão em que o sujeito expressa a descrença na política tradicional (AZEVEDO, 2006). O biopoder está encarnado na “religião”, não no sentido partidário, mas na profunda experiência original da mesma – o “religar-se” (MAFFESOLI, 2002).

Nascem formas de fazer política pelo conjunto das novas inscrições que tocam o jovem contemporâneo, pois a ação realizada com esses jovens, construída passo a passo no compasso da dança, nos ensina que se faz urgente agir, à parte de uma representação totalitária da violência (MAFFESOLI, 1981), permitindo refutá-la ou contribuindo na construção de uma violência fundadora, criativa, transformando o desastre em arte; a arte em ação da vida. Tudo isso é criação e é potência. O palco é a rua, e a resistência se faz na cidade, de artista pra artista fazendo política!

 

Bibliografia

AZEVEDO, Paulo Emílio Machado de. 2006. Novas gramáticas políticas: a experiência do hip hop no CRIAM de Campos dos Goytacazes. Campos/RJ: UENF.

BECKER, Howard. Mundos artísticos e tipos sociais. In: Arte e sociedade: Ensaios de sociologia da arte. Rio de Janeiro: Zahar, 1977.

BUTLER, Judith. Corpos que pesam: Sobre os limites discursivos do “sexo”. In: LOURO, Guacira Lopes (Org.) O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010. p. 151-172

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: A vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 1977.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.

HARDT, Michael; NEGRI, Antonio. Império. Rio de Janeiro: Record, 2005.

MAFFESSOLI, Michel. A violência totalitária: ensaio de antropologia política. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.

______. O tempo das tribos: o declínio do individualismo nas sociedades de massa. Rio de Janeiro: Forense, 2002.

SENNETT, Richard. Carne e pedra: o corpo e a cidade na civilização ocidental. Rio de Janeiro: Record, 2006.

SIMMEL, Georg. A metrópole e a vida mental. In: VELHO, Otávio G. (Org.). O fenômeno urbano. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.

 

Filme

MENDONÇA FILHO, Kleber. O som ao redor. Recife: Cinema Scópio, 2012.

 

Fotografias

MESQUITA, Walter. Tetralogia Cidade: ações do corpo no espaço urbano. Rio de Janeiro: Praça XV, 2013.

 

Nota

[1] Ocorreu na Praça XV, local que serviria, depois, de palco à “guerra civil” entre sociedade e Estado. Mais especificamente, desenvolveu-se no entorno do prédio da ALERJ, sede da primeira grande manifestação na cidade do Rio de Janeiro em junho de 2013.

 

 

© 2014 eRevista Performatus e o autor

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